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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Rodeio das gordas

Alguém já parou pra pensar aonde estamos chegando? Como está nossa sociedade? É tanta falta de respeito e absurdos para com o próximo que chega a ser assustador. Não há dúvidas de que as profecias quanto ao final dos tempos se concretizam dia-a-dia.

EMPATIA: essa palavra praticamente não existe em nossos vocabulário. Poucos até sabem seu significado, pelo fato dela se encontrar em desuso. Lamentável não termos a condição se colocar no lugar do outro, de aperceber o sofrimento alheio e pensar na possibilidade de eu poder me encontrar também neste lugar. Sabe-se até que isso é bastante complexo e questionável, contudo, necessitamos exercitar o lado humano. O experimentar de sentimentos e reações tomando por base a experiência alheia, não é fácil, mas é algo que precisa ser ensinado, alimentado dentro de nós.

Ao invés disso, contrariando toda a lógica humana, muitas vezes ensinamos aos nossos, que estes devem ser cruéis e insensíveis. Muitas vezes movidos pelo sentimento de justiça e revoltados com a impunidade que se alastra e impera na sociedade brasileira atual, somos tendenciosos a repassar o conceito do “olho por olho e dente por dente”. Isso só tem acarretados malefícios cada dia maiores ao desenvolvimento humano, porque tem desenvolvido a frieza e dureza de coração, apregoados na bíblia.

Não tem jeito, já não é possível mais sentirmos ou sofrermos algo, pensando no outro. É tanta insensibilidade com o sofrimento alheio, com a dor de terceiros, que o mundo caminha a passos largos para o abismo e ninguém se atém a isso. Não nos apercebemos que se o mundo continuar a caminhar dessa forma, a situação ficará insustentável e voltaremos aos tempos das cavernas, onde a força bruta dominava e quem detinha essa força eram considerados os poderosos. Só que hoje, essa força se alia a tantos outros fatores, dentre eles o aquisitivo. 

Não podemos mudar o mundo e os fatos. Essa constatação nos faz ficar mais confortáveis. Nos ajuda a repousar nossa cabeça em nossa cama aconchegante, com nossa fome saciada, mesmo sabendo que milhares de pessoas no mundo, em nosso país, nosso estado, em nosso município sofre por não ter não ter tido um mísero pedaço de pão pra colocar em sua boca.

Quem tem o que comer, não pode mudar a situação de quem não tem. Assim, nada há que ser feito, apenas ensinar aos nossos, que isso precisa continuar, ou seja, se eu me encontro numa zona de conforto, não posso deixar que ninguém a ameace.

Mas afinal, pra que tudo isso? Pra que tanto desabafo ou conjecturação? Simplesmente pra dividir com vocês uma matéria que vi no portal do G1. Lamentável, mas isso é apenas um dos pequenos exemplos, da falta de respeito para com o próximo. Leiam a matéria:

O Ministério Público do Estado de São Paulo instaurou inquérito civil nesta quinta-feira (4) na Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos de Araraquara para investigar os casos de agressão a alunas batizado de 'rodeio das gordas', durante jogos universitários da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara. Os jogos ocorreram entre 9 e 12 de outubro.

O MP também requisitou a instauração de inquérito policial para a apuração da responsabilidade criminal dos agressores.

Segundo nota enviada pelo MP "serão adotadas todas as providências necessárias ao esclarecimento da questão, notadamente o desrespeito aos direitos humanos, a atenção às vítimas, a responsabilização dos agressores, dos organizadores e promotores do evento e, eventualmente da própria universidade."

A denúncia é de um grupo de estudantes teria agredido alunas em um jogo batizado por eles como “rodeio das gordas”. Eles se aproximavam fazendo perguntas, como se fossem paquerá-las. Depois, agarravam as garotas, de preferência obesas, e tentavam ficar sobre elas o máximo de tempo possível, como se estivessem em um rodeio. Ao menos 50 estudantes teriam participado.

Os agressores usariam uma comunidade no Orkut para incentivar que os estudantes cronometrassem o tempo que mantinham a garota presa e para sugerir premiações para quem ficasse mais tempo sobre a menina. Há relatos de que os estudantes gritavam, dizendo "pula, gorda bandida".

A diretoria da Faculdade de Ciências e Letras do campus de Assis da Unesp abriu um processo disciplinar para investigar o caso.

Ato obsceno
O MP vai vai acompanhar as investigações feitas pela Polícia Civil de Araraquara que apura crime de ato obsceno cometido nos mesmos jogos. Imagens do evento feitas por telefones celulares e postadas na internet mostram alunas enfileiradas baixando calças, shorts e saias. As jovens ficam de calcinhas, algumas sem, rebolando e exibindo o corpo. Outros alunos filmam a cena, que se repete ao som de uma bateria e na contagem regressiva de 10 a 1.

As gravações foram feitas dentro de um ginásio de esportes em Araraquara e mostram uma espécie de “bunda-lê-lê”. Nos títulos dos vídeos hospedados no Youtube, eles são batizados de “bundão”.

Fonte: Clique aqui

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