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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Belo discurso

Quem de nós nunca fracassou? Quem de nós nunca lutou por algo incansavelmente e não alcançou o propósito almejado na luta? Quem de nós nunca se sentiu derrotado? Ora, isso acontece com todo e qualquer ser humano. Não somos infalíveis. Somos passíveis de erros e acertos, vitórias e derrotas, perdas e conquistas. Faz parte da vida. Quem nuca fracassou que atire a primeira pedra.

Quando isso acontece conosco, esperamos que nossos amigos, parentes, entes queridos, nos entendam, nos apóiem e geralmente isso acontece. Mas, claro e lógico que quando o apoio não vem, a mão amiga falta, o ombro se afasta, nos entristecemos e sofremos muito com isso.

Qual o porquê de tudo isso? Por qual motivo estou escrevendo essas palavras? Para engrossar o coro do amigo Wilton Júnior, no The Place, que combateu com uma maestria invejável, a atitude dos brasileiros ao receber nossos jogadores. Nós somos a família brasileira e como tal, deveria nos comportar. Deveríamos ter compreensão, apoiar nossos jogadores, dar-lhes forças para que possam compreender neste momento negro, que eles perderam apenas uma batalha, mas outras virão e estaremos ao lado novamente do lado deles, para ajudá-los na conquista. Entretanto, aconteceu justamente o contrário.

Por que nos comportamos com os erros e fracassos dos outros, como se nós nunca tivéssemos fracassado? Por que tendemos a usar de uma rigorosidade inigualável com os outros, enquanto que pra nós, desejamos benevolência?

É lamentável, mas tenho que admitir, que como diz Olavo Hamilton, advogado criminalista e professor da UERN, o brasileiro sempre tende a querer os rigores da lei para o crime do outro, quando é pra si, deseja benevolência do Código Penal. Mas, não importa o que venha a dizer, jamais conseguirei desenvolver o raciocínio e harmonia nas palavras como as que aqui vou copiar. Leiam e reflitam bem sobre isso. Precisamos engrossar esse discurso:

Nada melhor numa copa do mundo que ‘zoar’ com os argentinos depois de ter sido ‘zoado’ por eles.

marada
Depois da eliminação do Brasil pela Alemanha, na quinta-feira da semana passada, os argentinos tiraram todo o sarro que poderiam com os brasileiros. Um dia depois, a Argentina cai de 4, para a Alemanha, numa partida em que os germânicos praticamente jogaram sozinhos e mostraram pros hermanos, como se joga futebol.

Pra mim, que sou um eterno e exagerado anti-argentino, foi um partidaço, o melhor da copa até agora.

Agora vamos as diferenças entre os dois jogos: o Brasil jogou muito bem e dominou o jogo durante todo o primeiro tempo, enquanto que a Argentina foi total e completamente dominada pela Alemanha. Estávamos com praticamente dois importantes jogadores titulares sem condições de participação (Elano e Ramirez), enquanto eles jogaram com o time completo (inclusive com Messi, que nada fez nessa copa). A seleção argentina era favoritíssima nessa copa e contava com o técnico ‘sensação’ (só num sei de que) Diego Armando Maradona.

Pois bem, perdemos de 2×1, e a nossa ‘querida’ Argentina caiu espetacularmente de 4×0, num jogo que se não fosse a ‘modesta’ pontaria dos atacantes germânicos poderia ter sido no mínimo 6×0. Mas, de qualquer forma já ficou na história.

Agora vamos discutir outra vertente.

Nosso plantel nunca foi lá essas coisas. A seleção foi montada com base na garra dos jogadores e não na parte técnica, Dunga sempre frisou isso, e assim deixamos de ter atletas que poderiam ser decisivos na copa, tudo isso culpa do teimoso treinador. Tínhamos um ‘quê’ de incerteza desde o início. Perdemos pra Holanda de pé. Honramos como podíamos a mística do futebol brasileiro. Começamos ganhando o jogo e infelizmente a Holanda foi bem superior no segundo tempo, mas passamos toda a segunda parte do jogo tentando empatar.

A Argentina não. Foi montada para ‘estraçalhar’ os adversários. Saiu da primeira fase da copa, com ‘meio-título’ conquistado, com jogadores dando shows durante as partidas, com Maradona posando de ‘rei’ do futebol, e a torcida hermanita toda já contando com a copa nas mãos do ‘gênio’ Messi.

Mesmo assim, o que se viu nas cenas da chegada das duas seleções tanto no Brasil quanto na Argentina foi bem diferente uma da outra.

A seleção brasileira foi praticamente ‘esculachada’, os jogadores foram postos no ‘paredão’, tratados como se fossem mercenários, com a torcida e a imprensa jogando toda a culpa, como se o time do Brasil tivesse sempre a obrigação de ganhar, e os adversários (aí é onde reside o problema) de perder.

Na Argentina, tanto Maradona como seus jogadores foram recebidos como heróis nacionais, ovacionados em todos os lugares que passaram.

Qual a diferença? É difícil de entender?

A diferença é a educação e consciência. O brasileiro que quer arrumar tudo no jeitinho, que pensa que tudo na vida é fácil, exige sempre ‘dos outros’ o melhor, e quando tem a obrigação de cumprir bem com suas obrigações nem sempre mostra os resultados que se espera dele.

A diferença é que os argentinos são conscientes do papel que seu time desempenhou em campo, sabem que eles deram tudo que podiam e que a Alemanha foi superior, que todo mundo pode ter um dia ruim na vida, e é natural para aqueles seres humanos que defenderam o país deles, perderem uma partida (mesmo que sendo de 4×0) na copa.

É isso que temos ainda que aprender muito com os argentinos. Consciência e educação, e não exigir tanto dos outros o que não temos condições de realizar. Nesses dois quesitos a Argentina ganha de goleada do Brasil! Pelo menos é isso que acho!

Fonte: The Place

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