Eita, eita, foram três dias de total ausência do Ad Finem e podem ter certeza que a saudade foi imensa. Tentei chegar aqui antes, mas infelizmente as atividades que as vezes se acumulam, sobrepuseram-se as minhas intenções.
É a vida, o que importa é que estamos vivos, de volta e em condições de aqui estar e de mais uma vez interagir com vocês. Agradeço a todos os que permaneceram fiéis a este espaço, sempre em busca de atualizações.
Neste post, gostaria de agradecer, em especial, ao amigo Geovani Andrade, colega de curso na faculdade, que há muito é meu leitor assíduo. Para mim Geovani é uma honra tê-lo como meu leitor. Poder contar com a presença de pessoas do seu naipe, só me faz ficar cada mais convicta da necessidade de eu persistir neste intento. À Geovani e muitos outros colegas de curso que me acompanham, meu muito obrigada.
Pois é, três dias se passaram e nestes, muita coisa aconteceu. A audiência pública sobre a problemática da falta d’água, aqui divulgada, foi adiada, ao que parece para o dia 16/06, fato que me deixou feliz, pois assim, poderei participar.
Bem mas depois de dias ausentes (às portas do início da Copa do Mundo, evento que mobiliza e mexe com a população geral, até mesmo quem não entende nada de futebol, nem muito menos gosta, como eu), trago à vocês uma afirmação infeliz do jogador Felipe Melo, escalado pelo graaaande técnico Dunga.
Os jogadores estão reclamando da qualidade da bola, nessa reclamação, o jogador Felipe Melo, fez a seguinte afirmativa:
- A outra bola é igual a mulher de malandro: você chuta e ela continua ali
. Essa de agora é igual Patricinha, que não quer ser chutada de jeito nenhum – disse Melo.
Seria até insignificante comentar tal frase, não fora pelo excesso de grosseria, preconceito e burrice mesmo. Mas tenho que admitir que, vindo de quem veio (jogador de futebol) não me causa espanto. Todavia, apesar de já esperar tal atitude de pessoas como aqui referida, que não tem o mínimo de respeito e consideração pela mulher, não significa dizer, que não posso execrar por completo, tal declaração.
Vivemos atualmente uma constante luta para acabarmos com a violência contra a mulher e declarações do tipo só ensejam mais e mais a apologia ao crime de maus tratos, lesões, agressões, e até homicídios contra o gênero feminino. A cada 15 segundos uma mulher é covardemente agredida em nosso país e são homens do tipo aqui aludido que insistem em pensar que mulher nasceu para ser pisada, humilhada, que propagam absurdos como este.
Se ouvir isso de alguém que não detém a admiração de fãs, que muitas vezes o escutam e seguem ideologias de seus ídolos, já é cruel e preocupante, imaginem só, neste caso. São atitudes como esta, que nos fazem perceber o quanto ainda necessitamos lutar contra o preconceito. São atitudes iguais a esta, o quanto ainda estamos aquém de uma sociedade desenvolvida, mais justa e igualitária. São atitudes iguais a esta, que nos mostram, o quanto necessitamos crescer culturalmente, civilizadamente.
Isso, nos mostra que, precisamos urgentemente, mostrar pra Felipe Melo e todos os demais homens que pensam o mesmo que ele, que não somos como ele nos caracterizou, que não gostamos de ser chutadas e nem muito menos humilhadas com palavras rudes como a que ele expressou. Que gostamos sim, aliás necessitamos, é de ser bem cuidadas, bem zeladas e amadas. Esse tempo passou. Tempo que a mulher submetia-se a estupidez masculina foi no século passado e nós não somos museus pra viver de passado.
Precisamos dizer não a determinadas atitudes que só nos menospreza e nos rebaixa. Precisamos compreender que hodiernamente a Constituição Federal nos outorga direitos e deveres, que não podem ser facilmente anuladas, deixados de lado, nem mesmo esquecido.
Tudo é uma questão de atitude. Chutar alguém minha gente, é crime. É violência física. Não podemos aceitar isso como normal e engraçado. Repugno horrores, essa asserção. Fiquei horrorizada diante de tal comparação e não podia escusar-me do direito de aqui deixar de público meu repúdio, não apenas pela atitude de Felipe, mas sim, por toda atitude machista que impera em nossa sociedade.