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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Palestra com o músico Walter Silva foi um sucesso

Ontem a rotina do Educandário Dix-septiense foi mudada, a palestra que esperávamos finalmente foi realizada. O músico Walter Silva, nos presenteou com uma grande reflexão sobre o gosto musical dos jovens de hoje, mostrando que a cultural hoje propagada é reflexo da indústria cultural que dá privilégio a determinados artistas/estilos em detrimento de outros. Uma matéria veiculada no Jornal O Mossoroense fala em detalhes do projeto de Walter o qual faço uso de partes do referido texto:

DIX-SEPT ROSADO - Já dizia Platão "A música é o meio mais poderoso do que qualquer outro, porque o ritmo e a harmonia têm sua sede na alma. Ela enriquece essa última, confere-lhe graça e ilumina aquele que recebe uma verdadeira educação".


Atendendo convite da direção da Escola Municipal Educandário Dix-septiense, o músico e professor Walter Silva da cidade de Mossoró proferiu palestra na referida escola, na última terça-feira.

Há sete anos Walter desenvolve esse trabalho de forma voluntária em escolas de Mossoró, onde conversa com estudantes e professores sobre a "Cultura do Lixo Musical", músicas que em suas letras denigrem a imagem da mulher, incentivam a prostituição, o consumo de drogas e a sexualidade precoce.

Quando vi a divulgação do Projeto de Walter Silva, no Tio Colorau, não pensei duas vezes, imediatamente enviei um email para o músico, pois percebi a relvância de seu trabalho. Em que pese nossos jovens e adolescentes valorizarem música de total mau gosto, e aqui faço uso de um juízo de valor proposital, acredito que o papel da educação é contribuir para a mudança desses hábitos culturais hodiernos e é neste intento que penso em unir esforços para promover mais ações desse tipo no Educandário. Ainda concebo que nós enquanto educadores detemos um poder de influência muito forte e se soubermos utilizar isso para o bem da geração moderna, estaremos realizando um grande trabalho.
Sei que tudo isso não é fácil e nem acontecerá de forma mágica, todavia, ainda creio que é plantando que se colhe, e, que quem espera sempre alcança. Destarte, faço questão de continuar na esperança de ver este mundo transformado pela educação, mesmo que isso venha parecer utópico para muitos.

Conversando com o professor Walter Silva fiquei feliz ao perceber que ainda há pessoas que também pensam como eu, que há pessoas que ainda crêem em mudanças através de atitudes simples e sem muito custo, pessoas que empreendem ações no sentido de contribuir com a melhoria social, que fazem de pequenos atos, grandes acontecimentos.
O projeto do músico é uma coisa belíssima, todavia, como tudo que favorece a propagação de uma cultura sadia, não tem respaldo nem do poder público e nem muito menos de empresários. Eu assisti a palestra e posso assegurar que realmente vale a pena ser investidos esforços e recursos financeiros, no sentido de patrocinar um trabalho deste naipe, entretanto, no Brasil isso é pedir demais.
Se eu tivesse tido a oportunidade de assistir a palestra de Walter antes dele vir para o Educandário, teria incluído os pais dos alunos, para também fazerem parte do público alvo. Ele traz uma reflexão séria sobre a situação degradante que se encontra, que Walter denomina de lixo cultural e que envolve e enlaça os jovens e adolescentes de nossa sociedade hodierna.
Deixo pra vocês mais trechos do texto extraído do Mossoroense, que pormenoriza o trabalho realizado por Walter:
O professor Walter é um defensor da utilização da arte como forma de combater essa cultura. Em seu trabalho, Walter Silva utiliza poesias de Vinícius de Moraes, músicas de Cazuza, Zeca Baleiro, comparando-as com letras de músicas tocadas nas rádios como MC Serginho, Aviões do Forró, entre outras.

Segundo Walter, é preciso saber o que os alunos ouvem no seu cotidiano, "é preciso ter muito cuidado, pois o que eles ouvem certamente é produto da indústria cultural que privilegia determinados artistas/estilos em detrimento de outros", explica.

De acordo com o professor, grande parte das músicas que se ouve nas rádios é paga pelas gravadoras para obviamente estarem ali. Além ainda de serem músicas que, geralmente, são bastante efêmeras (vêm e vão de acordo a moda da época). Vários gêneros e estilos musicais são esquecidos porque simplesmente não são modismos atuais, causando assim uma enorme deficiência aos ouvintes, que na maioria são crianças e jovens.

"A cultura do lixo tira das crianças a inocência própria desta idade tão importante na formação da pessoa. Combater essa produção é um objetivo primordial desse trabalho que venho desenvolvendo junto a estudantes e professores", disse Walter Silva.
Para o secretário de Educação, Francisco de Assis, é nessa hora que entra o papel da escola, que deve funcionar como uma grande rádio que divulgue os mais diferentes artistas, estilos e gêneros musicais, dando aos alunos criticidade para escolherem aqueles que mais lhes convierem.

Por último só me resta agradecer ao músico por ter se desprendido de Mossoró até aqui (de forma totalmente voluntária, uma vez que ele não me cobrou pelo seu trabalho) para nos presentear com uma palestra bélissima e tão relevante para os nossos jovens. Aproveito o ensejo para agradecer o apoio e participação do Secretário Municipal de Educação Diassis Araújo, a todos os funcionários da referida escola e Itamir Vieira, Assessor de Comunicação que reservou o dia inteiro, na terça-feira, para nos auxiliar nos trabalhos referentes a palestra.

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