Dia 10 deste, a Uol Educação publicou o resultado de uma pesquisa realizada por instituições internacionais revelando que o desempenho dos estudantes cubanos, em matemática e linguagem é muito superior ao dos brasileiros. Conforme a pesquisa, a razão principal seria a qualificação dos docentes que aqui no Brasil é bem inferior aos professores da Cuba. Ainda de acordo com este estudo, o nível de qualidade produzido pela formação dos docentes na Cuba, se dá pela exigência intensa que se tem na graduação, o que contribui para um efeito cascata, ou seja, a forma como se exige dos professores, faz com que eles também exijam de seus alunos e isso gera uma melhor aprendizagem.
Sinceramente, fiquei triste ao ler a matéria e até agora pensava em postar sobre isso e não tive oportunidade, mas lógico, que não poderia em hipótese nehuma, deixar de fazer uma reflexão em cima desse assunto.
A priori comecei concordando com a pesquisa. Cheguei a conclusão de que nós professores, realmente não estamos preparados, e, nem tão pouco qualificados para ensinar da maneira que nossos alunos necessitam. Percebi de pronto que o fracasso educacional é concebido através de uma inércia involuntária de nossa parte, e, como é muito comum (ao professor), me senti um lixo, um farrapo profissional. Ora, o ano passado ensinei uma turma híper difícil, e por vezes encontrei-me culpando-me por não encontrar uma saída, uma solução, para os problemas daqueles adolescentes, para ajudá-los a sair daquela condição de ignorância e inaptidão.
Lendo o texto, que versava sobre a referida pesquisa, a ficha caiu, passei 06 anos (04 na faculdade e 02 na Especialização) de minha vida estudando para assimilar como o processo de aprendizagem ocorre e quais os fatores influenciam neste, todavia não foram suficientes. Paguei, ao longo da minha jornada de estudante, 07 cadeiras de Psicologia para apreender as necessidades básicas de crianças e adolescentes, mas estas foram em vão.
Refleti muito sobre isso, fiquei a meditar se meus colegas professores também estaria, por ventura, sentindo o que estou. Nos meus devaneios sobre o caso, pensei em um texto que sempre faço mênção, principalmente quando estou conversando com educadores, O texto relata a história de um homem do século XIX, que consegue através de uma máquina do tempo, vir para o século XXI. Ao chegar em nosso mundo, ele fica totalmente perdido, não encontra nada que possa deixá-lo um pouco mais confortável, todavia, ao chegar na escola, percebe que esta continua do mesmo jeito e ali encontra alívio para o seu desespero.
Por que eu me lembrei desse texto? Porque cheguei a conclusão de que as coisas não são tão simples quanto apontam certas pesquisas. É muito fácil, diante de um problema como este da educação pública brasileira, encontrar um culpado. É muito bom para os governantes de nosso país, que nada investem em educação, que tratam os professores como os profissionais mais abjetos, ignóbeis e ínfimos que existem, se verem livres de uma situação calamitosa e catastrófica que perpassa anos e eles não fazem nada pra mudar.
É muito cômodo para os pais e mães de famílias, que se abstêm do seu papel de educar e contribuir para a formação dos filhos, estarem diante de uma afirmação como esta, veiculada em todos os níveis de comunicação brasileira. Isso deve no mínimo fazer com que eles repousem melhor sua cabeça no travesseiro, uma vez que a consciência deve está aliviada, convictos de que não eles não têm nada a ver com os problemas e fracassos de seus filhos na aprendizagem.
E ai minha gente, eu fiquei a meditar se na Cuba existe a miséria que envolve o nosso país, não só miséria de pão, mas miséria de uma boa cultura, de conhecimento, de tecnologia, de oportunidades, de famílias estruturadas, de lares que garantam o mínimo de amor, atenção e educação possível.
Continuei a vagar em meus pensamentos e fiquei imaginando se na Cuba faz-se necessário que a justiça local empreenda esforços no sentido de garantir o bem estar da criança e do adolescente, proibindo a presença destes em locais e horários impróprios a essa faixa etária, porque os pais não têm a mínima decência de impor limites aos seus filhos e nem muito menos de compreender suas necessidades básicas.
Ora, nada melhor do que passar a bola. Voltem-se só um pouquinho ao passado, não muito distante. Voltem a época em que os filhos ainda respeitava pais e autoridades, porque assim lhes era ensinado, como era o resultado de nossa educação? Todo e qualquer brasileiro sabe que não precisamos ir muito longe, há alguns anos atrás, não mais que 20 ou 30, tínhamos um rendimento totalmente do que temos hoje. Porque será? Será que nossas faculdades pioraram? Duvido muito, estou na minha segunda graduação, na mesma instiuição, diga-se de passagem e vejo muitos avanços e melhoria por lá.
Sei que o post ficou por demais prolixo, mas tinha que expor meu pensamento em relação a este assunto e afirmar que o nosso fracasso na educação se dá por enes fatores, que também envolvem nossa formação, mas daí afirmar que esta seria a causa principal, não dar pra aceitar repudio por completo esta pesquisa, independentemente de esta ter sido realizada por países desenvolvidos ou por entidades sérias, ela tem o meu repúdio.
Esse é meu ponto de vista. E o seu??????