Mantendo vivo nossos valores

Fazendo minha leitura diária de alguns blogs que comumente acompanho, deparei-me com um post deveras importante e reflexivo no The Place, intitulado: 7 de Setembro: o que se comemora hoje?

Iniciando o post com a frase “O 7 de setembro já não é mais como antigamente”, Wilton Júnior me fez reviver algumas cenas de minha infância, nas quais, eu e outras centenas de crianças, alunos das escolas públicas, aguardávamos ansiosos pela chegada de um dos maiores eventos que envolviam, pais, professores, alunos e comunidade geral. Lembro-me com alegria as inúmeras fantasias que utilizei para desfilar orgulhosamente pelas ruas de nossa cidade, carregando dentro de si, a satisfação de dizer que comemorávamos nossa independência.

Naquela época, erámos ensinados a valorizar nossa história, nossos heróis, nossas origens. Erámos ensinados que devíamos amar a nossa pátria de forma incondicional, uma vez que era nela (pátria) que se construía nossos sonhos, nossa vida e nossa história.

Pois é gente, o tempo passou e com ele nossos valores se foram. Aquilo que chamávamos de amor a pátria, passou a ser considerado e apregoado como um sentimento medíocre de pessoas alienadas. Os historiadores e críticos resolveram desvendar os mistérios e mentiras que pairavam sobre a história brasileira e desfez o heroísmo de personagens que são hoje, vistos como ultrajantes. Os críticos e conhecedores da história passaram a transmitir e provar que os heróis criados foram apenas com o intento de dominar, manipular e domesticar o povo. Saímos de um extremo utópico para outro que nem sei definir.

Já não podemos mais ensinar à nossas crianças que Pedro Álvares Cabral descobrira o Brasil. O grito de Dom Pedro II, às margens do Rio Ipiranga declarando “indepedência ou morte” já não tem mais o mesmo significado que outrora. A história matou o idealismo, hoje vivemos na realidade racional onde é proibido sonhar, onde os mitos não são aceitos e a utopia é coisa de retardado. Agora me digam gente, que sociedade consegue sobreviver apenas da triste realidade? Que sociedade se solidifica onde nada do que foi construído tem valor? Que sociedade ou pessoa consegue perpassar os séculos sem os sonhos e uotpias?

É, a mentalidade das pessoas mudou, as críticas aumentaram e as escolas que propagavam o orgulho a pátria, hoje propagam que não há nada a se comemorar. E ai sim, mostramos com isso o quanto somos manipulados. O quanto nos deixamos levar por aquilo que desejam ao longo de nossa história. Deixamos perceptível o quanto somos influenciáveis. Cada geração demonstra esse aspecto do povo brasileiro. Não pensamos por nós mesmos. Seguimos aquilo que a classe dominante determina e fazemos isso de forma voluntária, sem questinar nem relutar.

Não concordo com isso sabe, nossa história pode não ser uma das mais belas, mais nobres e mais fortes que existem no mundo, porém, é nossa história. É dela que temos que nos orgulhar e lutar para fazermos algo melhor. Concordo com Júnior Wilton quando diz: “Precisamos enaltecer nosso povo a partir da sua história. Não há como criar uma nacionalidade respeitada se não temos uma história rica e enaltecida, principalmente por nós, brasileiros. Não se faz uma grande nação sem um pouco de nacionalismo, sem honra e sem glória”.

Vivemos uma fase em nosso país, que é como se tivesse passado uma avalanche que arrastou e devastou tudo, nossas tradições, costumes, credos, crenças, filosofia, enfim tudo. É com se tivessem dado cabo a uma nação inteira e dao início uma outra, com um outro povo, uma outra cultura, uma outra concepção de vida.

E isso acaba passando despercebido por todos nós, é que com a mudança veio também a incessante falta de tempo das pessoas, que em sua correria, nem atentam para o que acontece ao seu redor. Se parássemos para meditar no que está ocorrendo em nosso país, talvez nos assustássemos de tal forma, que isso fosse de certa maneira, perigoso para a continuidade de nossa gente.

O 7 de setembro, junto com outras tradições brasileiras já não tem mais importância nenhuma. Nosso país mudou, mudou e muito e com essa mudança, valores dantes relevantes e até imprescíndiveis deixaram de existir. Nosso país mudou e já não sei se pra melhor. Nosso país mudou e já não consigo enxergar até que ponto isso será bom para nosso filhos e netos. É assim, a vida passa, nossos conceitos mudam, contudo, precisamos atentar para nossas raízes, nossa história. Propagá-la e mantê-la viva é papel nosso e não podemos deixar morrer aquilo que fez de nós o que somos hoje.

Então é isso, parabéns Júnior Wilton pela reflexão levantada. É exatamente disse que precisamos, de vozes que se levantem e façam ecoar a necessidade de mantermos vivos e acesos os nosso valores e a nossa cultura.