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segunda-feira, 14 de março de 2011

Encerrando Ciclos

Hoje, 14 de março, Dia da Poesia. Uma das coisas que mais me chama a atenção na poesia, é a capacidade do poeta, expressar-se de maneira tão diferente, envolvente, criativa e peculiar. Algo indescritível, supreendente e especial. Invejo esse dom. Se é possível haver uma inveja sadia, sinto isso em relação a quem tem essa capacidade.

Sempre que leio uma poesia, lembro com carinho de um projeto de ensino que realizei com meus alunos, que na época eram crianças, na Escola Professor João Carlos de Oliveira. Ressalto que naquela ocasião, tive a certeza de que muitos poetas foram revelados, mas que infelizmente não avançaram por falta de quem incentivassem e os instassem para prosseguir.

O fato gente, é que sou apaixonada pela poesia. Fico babando ao ouvir alguém recitando um poema. Acredito que não há nenhum outro gênero literário, capaz de descrever os sentimentos e emoções e de tocar de forma tão profunda o nosso ser, como a poesia. Enquanto pensava em fazer esse post, envolvendo este assunto, fiquei a meditar se o momento era oportuno para se falar sobre isto.Ponderei comigo mesma, ora em meio a tantas catástrofes no mundo (caso do Japão e outros mais) e em nosso meio, como posso falar de algo tão trivial? Fiquei pensando se realmente fazia sentido falar sobre algo tão belo, em momentos tão dolorosos e parei o post.

Parei, mas parei até o momento de lembrar de algo bem tocante que ouvi hoje. Algo muito salutar e que me fez refletir sobre a vida, sobre a minha vida. Há muito desejava fazer uma psicoterapia, desde que passei anos aprisionada com um problema emocional seríssimo, sendo vítima da síndrome do pânico e de fobias que me acorrentavam. Até tentei uma certa vez, mas não gostei do profissional. Hoje iniciei uma sessão com uma psicóloga e amei. Gostei demais da maneira como ela introduziu o seu trabalho e uma coisa que ela me disse, me chamou a atenção. Segundo ela, “Nossa vida pode ser comparada com um mergulho na água. Disse ela que podemos mergulhar profundo no trabalho, nos afazares, nas obrigações, nos deveres, nas responsabilidades, nas cobranças e em tudo mais que se exija de nós, todavia, temos que ter a consciência de que há momentos no trasncorrer desse mergulho, que devemos subir e respirar. Não podemos nunca ficar apenas mergulhados no fundo para sempre, porque se assim o fizermos, sucumbiremos e não mais conseguiremos emergir de volta a superfície. Temos que subir a superfície para respirar a aproveitar o que há de bom nela”. (grifo nosso). 

O fato gente, é que juntando o conselho da Psicóloga com o dia da Poesia veio-me a mente um poema do grande, estou quase convencida de que o maior dos poetas brasileiros, Ferando Pessoa, que acho que se encaixa perfeitamente para esta ocasião.

DIA DA POESIA gente, é dia de celebrar a vida, de agradecer a Deus pela bela criação, de agradecer por mais um dia de vida, pelo dom que ele nos deu, pela inteligência, que lhe faz neste momento ler estas muitas linhas. Ser mais grato por tudo, pela racionalidade e sensibilidade com que você leva sua vida. Pelos filhos, pelos pais, pelos amores, pelas amizades, pelas decepções. Claro, por que não? As decepções também nos dão prova de que estamos vivos e reagindo a vida. Enfim, Ser grato.

Para este momento reflexivo e comemorativo do Ad Finem deixo abaixo a poesia de Fernando Pessoa, Encerrando Ciclos (não deixem de ver, ela é fantástica) e a pergunta que não quer calar, retirada do Twitter: @FraseDeChaplin: A poesia hoje virou uma raridade de se encontrar. cadê a cultura?

Um comentário:

  1. Admiro muito a poesia. Gosto do jeito duvidoso e inacabado dos poetas. Vivem em um mundo imaginário, cheio de ilusões, onde as metáforas nos fazem acreditar naquilo que se diz impossível.

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